Barbatanices

segunda-feira, março 24, 2008

Vilarinho das Furnas

O tempo vai passando, o mar tem estado em condições péssimas e os fatos vão ficando ressequidos. No meu caso, até esta escapadinha foram 4 meses a seco. Tempo demais para um mergulhador que se preze.
A solução para dar banho ao fato, foi dar um saltinho até Vilarinho das Furnas e experimentar um mergulho em barragem.

A atracção é uma aldeia que ficou submergida pela construção da barragem no longínquo ano de 1972.
A paisagem exterior é deslumbrante ou não estivesse inserida no Parque Peneda Gerês.

A aldeia em si encontra-se muito degradada, pelo subir e descer do nivel da barragem, que periodicamente, na época seca, faz descer o nivel das águas de tal modo que a deixa toda fora de água e assim provoca uma maior erosão destas construções.
Mesmo em época de Inverno consegue-se vislumbrar (ver foto) a parte da aldeia que fica mais alta.
A logística não é das mais fáceis, implica ir apanhar uma chave, fazer um caminho de cabras, carregar o equipamento até entrar na água e fazer tudo de novo na volta. E... a volta custa bastante, a subida até ao carro com aqueles quilos todos às costas e cheios de protecções térmicas dentro dos fatos secos fez com que o interior ficasse mais molhado do que o fato por fora!
O grupo era constituído por 5 mergulhadores (Pedro Nunes, Pedro Alves, Paulinha, Miguel Monteiro e desGraça) e duas assistentes de bancada (Val e Joana). O apoio moral e não só é sempre muito importante.



Com a determinação que é reconhecida aos mergulhadores, foi equipar, meter garrafa às costas e entrar na água doce. Felizmente que reforçamos os interiores dos nossos fatos secos, pois a água estava nuns arrepiantes 8ºC.
Iniciamos o mergulho em ritmo lento para apreciarmos as ruínas (muros, escadas, portais, janelas, árvores, etc.) e tirarmos algumas fotos. A profundidade foi no ponto mais profundo de 11 metros, pelo que quando decidimos, à meia hora de mergulho, voltar para trás as nossas garrafas ainda estavam cheias, mas as mãos começavam a “queixar-se” do frio. Foram 50 minutos de mergulho e mais fazíamos não fossem as mãos congeladas.

O mergulho foi giro, diferente mas… falta vida. Nem um peixinho pequeno para amostra.
Serviu para abrir a época de mergulho…

quarta-feira, março 19, 2008

Maldivas

É verdade. Não temos andado a deixar notícias aqui no blog. É uma falha imperdoável! (Não podemos culpar o tempo e o estado do mar por tudo) .
Desta vez, vou-vos falar da nossa viagem às Maldivas.
As minhas expectativas em relação aos mergulhos não se verificaram. Não quer isto dizer que foram maus. Muito pelo contrário! Os mergulhos foram bastante bons, com muita fauna e diversificada. Neste ponto, superaram as minhas expectativas. O que eu contava ver em número apreciável e apenas vi uma em boas condições, foram as mantas.
Mas, comecemos pelo início. A viagem que fizemos foi Porto – Londres – Doha – Malé. Não houve nenhum contratempo em nenhuma das ligações e a bagagem chegou toda ao destino a horas e sem problemas (é sempre um dos maiores receios dos mergulhadores, especialmente quando é para fazerem liveaboards).
A nossa estadia de 8 noites nas Maldivas foi a bordo do barco Umeedhu 5. Tinha 6 quartos com duas camas e WC privativo (bastante amplo), uma sala e um sundeck. Não era um daqueles barcos modernos do Mar Vermelho mas, tinha umas boas condições. Durante os 7 dias de mergulho fizemos 21 mergulhos, a maior parte deles com corrente sendo que 3 ou 4 com corrente bastante forte. Devido a este facto, por questões de segurança, só nos deixaram fazer 2 mergulhos nocturnos. Exceptuando um dos dias, o mar esteve sempre calmo. O tempo é que nem sempre foi o melhor. Ainda tivemos dois dias de muita chuva e pouca visibilidade para vermos as diversas ilhas por onde passávamos. Nos mergulhos nas Maldivas pudemos ver os habituais peixes tropicais, lagostas, napoleões de bom tamanho, atuns, jacks, muitas moreias, tartarugas, os nossos amigos peixe palhaço (nemo) e respectivas anémonas, peixes-escorpião, nudibranquios, barracudas, ratões, eagle-rays, as já faladas mantas (numa das viagens entre mergulhos, cruzamo-nos com 4 ou 5), muito coral incluindo mesas lindíssimas e corais moles fantásticos, golfinhos e muitos tubarões de diferentes espécies tais como ponta branca de recife, cinzentos e martelos. O tubarão baleia também lá estava mas, quando se lembrou de vir à superfície estávamos nós debaixo de água a cerca de 500 mts de distância.
Não me vou esquecer tão cedo de estar no fundo a cerca de 35 mts, agarrado a uma pedra devido à forte corrente que se fazia sentir, a ver os tubarões (ponta branca e cinzentos já com um bom tamanho) passarem em sentido contrário, perto de nós e, ignorando-nos completamente.
Sem dúvida que hei de lá voltar para mergulhar! Infelizmente, a semana passou depressa e, quando demos conta, já estávamos a fazer a viagem de regresso. Tal como uma semana antes, a viagem (Malé – Doha – Madrid – Porto) correu sem problemas e sem perdas de bagagens.

Saudações mergulhísticas


 
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