A Draga ou... o naufrágio dos Polvos

Apesar do inevitável receio de má visibilidade, lá saiu no Domingo de manhã o Pé-de-Chumbo carregado de valentes mergulhadores. Valentes não só pelo receio atrás referido, bem como por outros variados medos: frio, enjoo, etc.
E apesar da nortada e da vaga o pessoal lá foi na crista da onda a um dos locais mais apreciados aqui na zona: a Draga.
Descida e visibilidade quase nula, houve mesmo quem pensasse que se teria de abortar o mergulho, mas depois de alguma ambientação e de a areia ter assentado, deparamo-nos com 2 metros de visibilidade, o que já chega e sobra. Este é um mergulho de cabeça dentro dos buracos, pelo que não é necessária muita visibilidade, especialmente porque a navegação é para crianças.
O início do mergulho foi na zona das caldeiras, onde tinha ficado unhado o ferro, e logo a abrir o nosso amigo lavagante no buraco de cima da caldeira.

Interrompemos por breves minutos para que fossem feitos alguns exercícios exigidos e sempre necessários para manter os mergulhadores em plena rotina com o equipamento.
Continuamos de olhos bem abertos em direcção à proa e foi um fartote de vida: os cardumes de fanecas e afins, sargos e um polvo escondido em cada buraco.
Impressionante a quantidade de polvos, posso garantir pelo menos uns 7, estes bichos começam a dominar o naufrágio (não devem ter televisão e é só reproduzir…).

Meia volta e de volta às caldeiras, com a Fató a dar um empurrãozito a uma solha para esta se por a jeito da fotografia.

E no buraco da parte de baixo da caldeira outro lavagante. Mais uma volta e a malta começou a chegar à reserva (pena que eu ainda tinha metade da garrafa), além de que já conseguíamos ouvir o bater do dente do Alfredo.
Ficou a faltar o nosso amigo congro, mas ele que não espere pela demora, há mais marés que marinheiros e eu vou lá voltar.
Foi fechar o ferro (parece que tornei a meter água, coitado do Miguel teve de lá ir outra vez!) e subir.

Foi um final feliz em que ninguém vomitou e trouxemos na memória mais um belo de um mergulho!

P.S.: pena as fotografias não estarem à altura da qualidade do mergulho, mas a culpa é do aprendiz de fotógrafo que as tirou!